Era uma vez.....
Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB 21 de abril a 21 de junho de 2009
Curadoria | Curator Katia Canton
Coordenação | Coordination Prata Produções
Produção | Production Fábia Feixas
Assistente de produção | Production Assistant Rafael Pieroni
Projeto museográfico | Museographic Project Alvaro Razuk e Katia Canton Assistente – Carolina Schneider
Projeto gráfico | Graphic Project Noris Lima Assistente – Giovanna Angerami
Assessoria de Imprensa | Press Sofia Carvalhosa Comuncações
Tradução | English Version Izabel Burbridge
Revisão de textos | Proofreading Regina Stocklen
Quem não sabe o que são os contos de fadas? Eis um tema que parece unir as mais diferentes pessoas, crianças e adultos. Só que, ao contrário do que possa parecer, poucos conhecem de fato suas origens e desenvolvimentos históricos. Na verdade, os contos de fadas são textos literários, relativamente recentes – eles começam a ser publicados no século XVII – que por sua vez se originam dos contos populares de magia, vindos da tradição oral. Esses últimos, sim, são muito, muito antigos e provavelmente surgem junto com a própria vida humana, iniciando um complexo processo de civilização. A imagem de pessoas reunidas em volta do fogo, contando histórias, espelha uma tradição muito importante, sobretudo ligada aos camponeses que, contando histórias, expressavam seus desejos de obter uma vida melhor. De fato, a realidade de certas classes nas sociedades pré-capitalistas era provavelmente tão difícil e brutal que, ao menos nos contos, camponeses podiam se transformar em príncipes e princesas, com a ajuda mágica de uma fada, e quem sabe até viver felizes para sempre. Justamente no final do século XVII, quando a invenção da prensa de tipos móveis de Gutenberg já havia sido difundida e a corte francesa, sob a sociedade barroca do rei Luis XIV, comandava a cultura europeia, surgia o conto de fadas como gênero literário. Naquele momento, acontecia um verdadeiro modismo, em que as classes dominantes ouviam as histórias contadas pelo povo e as transformavam, adequando-as a uma linguagem literária e às necessidades civilizatórias da época, tendo agora como alvo a educação das crianças. Do mesmo modo como os contos orais mudam constantemente por meio de narrações sucessivas – quem conta um conto aumenta um ponto – os contos de fadas literários são expressos de maneiras diferentes, conforme condições sócio-históricas, culturais e estéticas diferentes. Pensando nessa relação entre tradição e transformação, resolvemos criar uma exposição que homenageia grandes autores de contos de fadas – o francês Charles Perrault, os alemães irmãos Grimm e o dinamarquês Hans Christian Andersen – além de apresentar imagens de outros contos populares de tradições muito influentes para a constituição dessas histórias. Eles são contos africanos, árabes, japoneses, italianos e russos. Para isso, convidamos artistas-ilustradores que criaram e recriaram novas versões dessas narrativas, seguindo um fluxo que caracteriza a própria essência e razão de existência dessas histórias. Um ótima jornada rumo às histórias e suas imagens!
Katia Canton Curadora